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Doença de Parkison


10/07/2017

O que é a Doença de Parkison?


É uma doença neurológica, que afeta os movimentos, causando tremores, lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. Não afeta a capacidade intelectual do parkinsoniano. A sua progressão varia de pessoa para pessoa e os sintomas podem ser controlados eficazmente e durante muitos anos com a medicação adequada.

Esta doença resulta de uma degeneração das células neurais que compoe a chamada substância negra e que produzem dopanima, substância responsável por conduzir as correntes nervosas ao corpo. A escassez de dopamina, é o que afeta os movimentos do corpo e é responsável pelos sintomas da doença.Todos perdemos dopamina à medida que envelhecemos. Esta perda inicia-se no nascimento mas é apenas quando atinge uma redução de cerca de 80% que surgem os sintomas. Isto significa que as pessoas com doença de Parkinson perderam esta substância química num ritmo mais rápido do que o normal.

 

Sinais e Sintomas 

Os sintomas mais comuns da doença de Parkinson são os tremores involuntários em mãos ou pernas – lentidão no movimento e aumento da rigidez muscular.

Tremores motores

O tremor nas pessoas com doença de Parkinson é normalmente visível quando os membros, mão ou perna, estão imóveis (tremores de repouso). Embora seja um sintoma importante, não é a sua presença que determina o diagnóstico.

Lentidão nos movimentos (Bradicinesia)

A lentidão anormal dos movimentos voluntários é normalmente descrita como uma dificuldade em realizar tarefas quotidianas, como vestir-se, com a destreza e velocidade habituais.

Esta lentidão pode também afetar a forma de andar manifestando-se, por exemplo, em passos curtos e arrastados.

Rigidez

A rigidez na doença de Parkinson pode ser um resultado da dificuldade dos músculos em contrair e relaxar de maneira apropriada. Exercícios simples e/ou fisioterapia podem ajudar a relaxar os músculos tensos e a melhorar a mobilidade do doente. Pode contactar-nos para obter dicas e truques úteis para ultrapassar este sintoma ou solicitar uma cópia do nosso plano de exercícios, concebido por um fisioterapeuta especificamente para os doentes de Parkinson.

Obstipação

A obstipação é um sintoma muito comum da doença de Parkinson. É muito importante tratá-la uma vez que pode causar um atraso na assimilação da medicação o que resulta num benefício reduzido ou nulo da mesma. Pode evitá-la com medidas simples como a ingestão de muitos líquidos, especialmente água, a inclusão de alimentos ricos em fibras na dieta, como frutas e vegetais, e uma atividade física regular. Se isto não o ajudar a combater este sintoma, deve contactar o seu médico pois pode ser necessário tomar um laxante.

Depressão

A depressão é muito comum nos doentes de Parkinson. Para o seu diagnóstico é necessário que a pessoa apresente, nas últimas duas semanas, humor depressivo ou perda de interesse nas atividades que antes o estimulavam e, pelo menos cinco dos sintomas abaixo indicados:

  • Aumento ou perda significativa e involuntária de peso;
  • Insónia ou hipersónia;
  • Agitação ou atraso psicomotor;
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Sentimentos de auto-depreciação (inutilidade) ou culpa excessiva;
  • Redução da capacidade de concentração, lentidão de pensamento ou indecisão;
  • Ideias recorrentes de morte ou suicídio.
     

A depressão pode ser um elemento muito debilitante na doença de Parkinson, causando baixa autoestima e sentimentos de desespero. É muito importante que informe o seu médico se sentir alterações de humor pois é possível combater os sintomas de depressão com ajuda especializada.

A ansiedade também é um sintoma recorrente nos doentes de Parkinson e pode estar associada à redução do efeito da medicação.

Tratamento da Doença de Parkison

Como reduzir o impacto dos sintomas? O doente deve evitar ou procurar estratégias para atenuar as situações de stress, ter uma alimentação equilibrada e exercitar-se regularmente. Em alguns casos, o neurologista pode receitar antioxidantes para ajudar a abrandar a progressão da doença.

O aspeto mais importante para o tratamento é ter um diagnóstico preciso e adequado. Após esta fase, o médico elabora um plano de tratamento ajustado, e que pode incluir:

  • Medicação;
  • Fisioterapia;
  • Terapia ocupacional;
  • Terapia da fala;
  • Consultas de psiquiatria;
  • Cuidados de um enfermeiro especialista em saúde pública e/ou de um enfermeiro especialista em reabilitação;
  • Psicoterapia;
  • Assistência social;
  • Orientação nutricional.
     

Na fase inicial da doença, o médico pode optar por não prescrever medicação, mas esta irá, inevitavelmente, fazer parte do tratamento.

Medicação

As principais famílias de medicamentos utilizadas no tratamento de sintomas motores são a levodopa, os agonistas da dopamina e os inibidores de MAO-B. Os tratamentos mais comuns variam de acordo com a fase da doença. Distinguem-se habitualmente duas fases: uma inicial na qual o indivíduo com Parkinson apresenta uma incapacidade motora que necessita de tratamento farmacológico e, uma segunda fase onde surgem complicações motoras relacionadas com a toma da levodopa. Na fase inicial, o objetivo do tratamento é conseguir o compromisso possível entre o controlo dos sintomas e os efeitos colaterais decorrentes do aumento da função dopaminérgica.

O início do tratamento com levodopa pode ser adiado através da toma de outros medicamentos, como os inibidores de MAO-B e os agonistas de dopamina. O objetivo desta abordagem é a redução das discinesias, um efeito adverso da levodopa que consiste na diminuição dos movimentos voluntários e na presença de movimentos involuntários. Na segunda fase, o objetivo consiste em reduzir os sintomas, ao mesmo tempo que se tenta gerir as alterações na resposta à medicação. O controlo da medicação é importante pois não é seguro parar subitamente a toma, da mesma forma que o uso excessivo de medicamentos pode ser prejudicial ao doente.

Estimulação cerebral profunda (DBS)

Quando a medicação não é o suficiente para controlar os sintomas ou o doente reage mal aos medicamentos prescritos, a terapia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) pode ser útil.

Nem todos os doentes são elegíveis para esta terapia, cujo processo de seleção é extremamente rigoroso. A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma intervenção cirúrgica que consiste na colocação de um neuroestimulador que faz chegar estímulos elétricos aos núcleos profundos existentes em cada hemisfério cerebral. Este procedimento altera diretamente e de forma controlada a atividade cerebral e, apresenta bons resultados quando aplicada na fase inicial da doença. Esta intervenção demonstrou benefícios notáveis em perturbações do movimento resistentes ao tratamento, como a doença de Parkinson, o tremor e a distonia.

Parkisonismo Atípico

O parkinsonismo é um termo genérico utilizado quando o doente apresenta sintomas similares aos da doença de Parkinson (como o tremor, a rigidez, a lentidão nos movimentos e os problemas de equilíbrio), mas ainda não é certo que estes sintomas estejam associados a uma diminuição dos níveis de dopamina. Nem todos os pacientes com parkinsonismo têm a doença de Parkinson, apesar de 85% dos casos se dever a esta doença. Alguns problemas vasculares, outras doenças neurodegenerativas ou determinados medicamentos, podem causar sintomas similares aos da doença de Parkinson.

Numa fase inicial, pode ser difícil perceber se o paciente sofre realmente da doença de Parkinson ou de um síndrome que imita a sua sintomatologia. A progressão da doença e o aparecimento de sintomas adicionais levam, geralmente, a um diagnóstico mais preciso. As doenças neurodegenerativas que causam parkinsonismo são comummente agrupadas sob a categoria de parkinsonismo atípico ou parkinson mais síndromas. Isto significa que para além da sintomatologia habitual, os pacientes apresentam sintomas atípicos.

O parkinsonismo atípico deve ser especialmente considerado em doentes com:

  • Resposta reduzida à dopamina;
  • Perda precoce do equilíbrio;
  • Alterações intelectuais proeminentes (demência);
  • Início ou progressão rápida dos sintomas;
  • Hipotensão postural visível e incontinência urinária e fecal;
  • Poucos ou nenhuns tremores.

Atrofia sistémica múltipla (AMS)

Tanto a atrofia sistémica múltipla (AMS) como a doença de Parkinson causam, numa fase inicial, rigidez e lentidão nos movimentos. No entanto, os problemas adicionais que se desenvolvem na AMS, como a dificuldade em engolir e as tonturas, são pouco comuns na doença de Parkinson.

Esta condição era anteriormente conhecida como degenerescência estriato-nígrica, síndroma de Shy-Drager ou atrofia olivopontocerebelosa esporádica.

Paralisia supranuclear progressiva (PSP)

A paralisia supranuclear progressiva, ou síndrome de Steele-Richardson-Olszewski, afeta o movimento ocular, o equilíbrio, a mobilidade, o discurso e a capacidade de engolir.

Parkinsonismo arteriosclerótico

Doentes que tenham sofrido um AVC, ainda que ligeiro, apresentam, por vezes, esta forma de parkinsonismo.

Parkinsonismo induzido por toxina

Alguns medicamentos podem causar parkinsonismo mas estes casos são normalmente reversíveis.

Reação à medicação para a doença de Parkinson

Os doentes de Parkinson normalmente apresentam uma boa resposta à medicação usada para tratar os sintomas desta doença, como é o caso da levodopa (Madopar®, Sinemet® ou Stalevo®). Uma boa resposta significa que os sintomas irão melhorar desde que seja administrada a dose suficiente para que o seu efeito se prolongue. Frequentemente, só se torna claro que a reação à medicação é positiva quando o tratamento é reduzido ou interrompido e os sintomas se tornam novamente evidentes. Se não houver qualquer reação à medicação podem surgir dúvidas sobre o diagnóstico. A maior parte das pessoas que sofre de uma forma de parkinsonismo, não responde ou tem uma resposta pouco eficaz à medicação para a doença de Parkinson.

Se o doente apresentar sintomas atípicos e não responder à medicação para a doença de Parkinson, não significa que tem necessariamente outra forma de parkinsonismo. Neste caso, o paciente deve dirigir-se ao  médico para investigar melhor a doença.


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